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A selvajaria é uma jogada perdedora. Ao jogá-la os EUA e Ocidente estão a destruir toda a sua legitimidade e influência ideológica, normativa e institucional. Eles não podem sequer vencer militarmente o Hamas, Ansarallah e o Hezbollah, pois estes sobrevivem e lançam suas estratégias de supressão do inimigo e de luta de guerrilha. O objetivos de Israel não se concretizaram e os EUA estão mais isolados e extremistas, do que jamais estiveram. Isto não será esquecido; existem alternativas agora ao seu domínio.

domingo, 22 de janeiro de 2017

ALGUNS ENCONTROS COM ANIMAIS

1/ O cavalo branco apascentava calmamente no monte, lá ao longe, na orla de um formoso bosque. Ele apareceu-me várias vezes. Nunca pude decidir se o cavalo era alucinação ou se era real. O monte e o bosque são visíveis nas traseiras da minha casa. Sempre que olho para lá, lembro-me da estranha visão, que nunca mais voltei a ter.
2/ No pino do Verão, vi uma linda serpente, de mais de um metro de comprimento, estendida sobre o muro do jardim. Eu tive todo o tempo para a observar da janela. Depois dum pedaço, deslocou-se com movimentos ondeantes. Rastejou para um matagal nas traseiras, uma propriedade abandonada. Não tive receio; fiquei fascinado com a ondeante sensualidade de sua locomoção tranquila.
3/ Os gatos das redondezas, embora eu não lhes dê comida, vêm ao jardim, terreno seguro e calmo para eles. Eu não os enxoto. Costumam preguiçar à sombra das tuias. Não fogem quando entro pelo portão do jardim, apenas me fixam tranquilos com o seu olhar.
4/ Um cão de guarda da vizinha, um são bernardo, está sempre a vigiar quem passa atrás do portão. Considero-o um amigo pessoal, que cumprimento de formas diversas, sempre que passo frente deste portão. Ele exprime alegria efusiva, pulando e ladrando, quando me vê, no meu regresso, após uma curta ausência de alguns dias.
5/ Sonho, frequentemente, com aves; sobretudo com gaivotas, com maçaricos e outras aves da orla marítima. Estou sempre atento às aves selvagens, esteja eu onde estiver.
6/ Estava uma vez, num cocktail, no último piso dum hotel em Lisboa. Vi através da larga vidraça o que me pareceu ser um falcão ou águia de pequeno porte. Aterrou num rebordo imediatamente abaixo da janela envidraçada do restaurante panorâmico. Depois desta insólita visão, decidi investigar se  aves tipicamente selvagens fazem incursões dentro das cidades. Foi então - e só então - que soube tratar-se de um fenómeno relativamente vulgar...
7/ Ouvi, num recinto público, o canto melodioso duma ave, muito diferente de tudo quanto estou habituado a ouvir. Tentei observar a ave canora pela janela, mas não consegui. Gosto de ouvir o canto das aves e tento identificar as espécies correspondentes. Estranhamente, o mesmo fenómeno ocorreu algumas semanas depois, exactamente no mesmo local.
8/ Sonhei com uma estrela-do-mar, que se encontrava na zona de rochas entre duas praias, próximo de minha casa. Na manhã seguinte, como de costume, fiz um passeio à beira-mar. Lá estava ela, morta ou moribunda, sobre a areia da praia, virada para cima. Escrevi um conto/poema sobre este encontro.
9/ Na mesma zona costeira vi um grande cardume de peixes bastante grandes, do alto de falésias, durante uma das minhas caminhadas quotidianas. Olhei para baixo e vi o mar, o substrato rochoso, as zonas que ficam acima e abaixo do nível do mar. Nunca tinha observado tal espectáculo embora muitas vezes veja o dorso prateado de peixes que aparecem à superfície das ondas. Mas desta vez, cada peixe era perfeitamente visível à transparência das águas calmas. Contei para cima de uma dúzia. Aproveitavam a maré para se chegar à zona intertidal. Nunca mais vi algo assim, pelo que talvez tenha observado o raro momento da desova, neste recanto calmo e nutritivo para a nova geração.


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