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segunda-feira, 1 de julho de 2019

E HÁ OS CÉLEBRES ESQUECIDOS...

Recordo aqui o poeta mais original que produziu esta «Pátria de poetas», mas que os ignora com a mesma boçalidade com que os apregoa...
Ele foi surrealista - como muitos outros - e desvinculou-se desse movimento estético... 
A sua poesia é uma com a sua vida. Não se tomava demasiado a sério; a sua poesia é anti-enfática. 
Pode - ainda hoje - desencadear o espanto e uma gargalhada...
- Sim, estou a falar do poeta Alexandre O'Neill, muito célebre por causa de um poema posto em canção, mas cuja restante obra poética é quase desconhecida!

Amália foi uma grande embaixadora, não só do fado, mas da cultura portuguesa, tendo interpretado - de forma inspirada - poemas de alguns grandes poetas lusos, na maior parte, postos em música por Alain Oulman, um excelente compositor. 

Gosto de recordar a «formiguinha», a ironia irreverente de O'Neill:




quarta-feira, 6 de julho de 2016

POESIA DO FADO PORTUGUÊS





                                     










TUDO É BELO NESTE ÁLBUM mas, para mim, «Gaivota» é a mais extraordinária e rara combinação de talentos: a letra do poeta Alexandre O'Neill, a música do compositor Alain Oulman, com a interpretação inultrapassável de Amália Rodrigues.


- MINHA SINGELA HOMENAGEM.

FADO*

No vinho procurei o abrigo
Que teus braços recusaram
As doçuras cedo acabaram
Só mágoas guardo comigo

Do peito pisado como uva
Rios de sangue ardente
Tingiram esta alma doente
De negro manto de viúva

Sem carinho, sem ternura
Como viver esta vida
Errante, triste e dura...

Alma pra sempre dorida
Perdida em noite escura
A Morte lhe dê guarida

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* Da recolha de Poemas «Tenção»; inéditos de 1973 -1978 de autoria de Manuel Banet