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quinta-feira, 14 de junho de 2018

A INDIFERENÇA MATA

      
Veio-me esta reflexão a propósito do artigo de Jonathan Cook, aqui, cuja leitura recomendo.
Com efeito, Jonathan tem razão ao denunciar a armadilha que muitos de nós colocamos a nós próprios, quando queremos «discutir política» em termos de «qualidades e defeitos», da personalidade, duma valoração moral dos actos dos líderes, chefes de estado e governo.

De facto, este ângulo é o que não traz nenhum beneficio para a discussão séria sobre política, pois tem como pressuposto (implícito) que as pessoas que «avaliam» o desempenho destes dirigentes são uma espécie de «consciência do mundo»... Na realidade, a media está sempre a proceder desta maneira nas suas pseudo-análises, o que apenas reforça um determinado estereótipo, uma determinada visão das coisas, que se encaixa por sua vez no «perfil típico» do leitor/espectador deste ou daquele veículo mediático.
De facto, a única análise política madura é a que vai procurar entender o porquê deste ou daquele comportamento, acção, iniciativa, dentro de uma lógica de PODER. Porque política é sinónimo de poder e querer fazer política, é - de uma forma ou de outra - querer impor seu poder, as suas vistas, ao resto da sociedade. A lógica do poder serve-se do discurso moral, dos direitos humanos, etc., mas apenas como outra arma na panóplia das que dispõe para chegar a seus fins. Maquiavel continua - sem dúvida - um marco inultrapassável do pensamento político e da filosofia pragmática da Modernidade. Isto não significa que moralmente sejamos «maquiavélicos» no sentido pejorativo, ou seja, que não nos importemos com a «moralidade» dos meios utilizados, desde que eles sejam bons para servir os fins que nós próprios queremos alcançar! 
A política, sendo o que é, obriga ao REALISMO, ou seja, a vermos o jogo político como jogo onde determinadas forças exercem o poder, de forma ostensiva ou encapotada: são aqueles que «seguram os cordelinhos» do jogo que são os verdadeiros protagonistas; os outros são apenas figurantes, ou «idiotas úteis» manipulados para fazerem os jogos de quem verdadeiramente MANDA. 
O conjunto da media desempenha globalmente um papel de ocultador do jogo dos poderosos, mesmo quando aparenta «revelar» as suas manobras. Apenas algumas organizações totalmente à margem, como Wikileaks, ou alguns «soadores de alarme» como Edward Snowden, têm sido corajosos e têm mostrado as coisas e as evidências das responsabilidades dos líderes.
No geral, os cidadãos do século XXI estão sujeitos a um ecrã de fumo da propaganda e uma «lavagem ao cérebro», que os leva à passividade em relação aos crimes e abusos cometidos em seu nome, lá longe, num «teatro de guerra». Mas, de facto, nem podem argumentar com ignorância, pois a media, não dizendo tudo e deformando muitas coisas, dá-lhes algumas pistas. Hoje ainda é possível (durante quanto tempo?) procurar saber algo mais, para além da propaganda. 
É a indiferença que mais mata, a meu ver: ela permite que os do poder (sejam eles quais forem) possam continuar suas actividades criminosas, abertas ou encapotadas, sem qualquer  receio de serem responsabilizados criminalmente ou até, somente, de perderem as eleições, devido a terem ordenado e cometido os piores crimes.

sexta-feira, 30 de março de 2018

A GUERRA DE PROPAGANDA ANTECEDE A GUERRA A QUENTE

                   
                   o efeito da propaganda

Manter-se teimosamente em estado de denegação, recusar olhar o mundo tal como ele é, consiste na mais infantil e mais perigosa reacção a uma situação de perigo iminente:
Desde o Irão, hoje... até à propaganda anti-Rússia, construída peça por peça, como se pode comprovar no excelente artigo de «The Moon of Alabama»... Mas, passa também pelo miserável conluio da «democratíssima» UE, da «exemplar» Alemanha de Merkel, que pretende entregar Puigdemont  à vingança do governo e dos tribunais políticos espanhóis (que mantêm presos políticos catalães). Julian Assange foi silenciado por causa desta situação, pelo governo do Equador... pressionado por governos mais poderosos. 

                     A marcha pelo retorno, que mobiliza palestinianos durante 6 dias

Dá-me a impressão (oxalá me engane, mas temo que seja bem real) que as elites que dominam as corporações gigantes e governos do «Ocidente» estão à procura de casus belli, ou seja, daqueles pretextos, fabricados em geral, que permitem uma nação declarar-se «vítima» de agressão de outra, justificando assim um ataque «em resposta» a tal suposta agressão.

A indiferença da cidadania é a força dos poderosos: quem se recusa participar na urgente campanha pela paz, pela liberdade dos povos, pela não ingerência... está simplesmente a virar a cara.