O melhor que podemos fazer, é bailar, cantar, e esperar que o Ano Novo de 2024 seja menos negativo para nós, nossa família, nossa comunidade e para o Mundo em geral. Não sabemos o que vem aí, mas sabemos que é sempre possível ser o novo ano ainda pior que o que passou. Pelo sim, pelo não, é melhor estarmos prevenidos. Se as coisas forem menos más, ainda bem!
Abraços para todos e todas, Um bom réveillon de passagem de ano e entrem no Novo Ano com os dois pés juntos (assim, não falham!)
Oh honey, though our friendship ceases from now on
And listen, if you can't say anything real nice
It's better not to talk at all is my advice
We're parting, you go your way I'll go mine
It's best that we do
Here's a kiss I hope that this brings lots of luck to you
Oh makes no difference how I carry on
Remember, please don't talk about me when I'm gone
We're parting, you go your way I'll go mine
It's best that we do
Here's a kiss I hope that this brings lots of luck to you
Makes no difference how I carry on
Remember, please don't talk about me
Please don't talk about me
Please don't talk about me when I'm gone
Um sucesso duradoiro - desde 1930, quase 100 anos - de uma canção popular americana que continua a fazer parte do reportório de bandas de jazz tradicional. Foi interpretado por gigantes do jazz como Frank Sinatra e Billie Holiday.
One dark and stormy night Big John was feeling blue Ain't he didn't seem right So he didn't know just what to do I said do please tell me Ain't you satisfied? He looked around so pitiful And to me he replied Keeps on raining, look how it's raining Daddy, he can't make no time Wind keeps blowing, cold wind's blowing Soon I'll find In the winter time when it starts to snow I know, Billy, you've got to have some dough Keeps on raining, I know how it's raining Daddy, he can't make no time "Ain't the snow just beautiful?" Some people say But I'd rather see it In a fine movie play Keeps on snowing Look how it's snowing Your daddy, he can't make no time No, your daddy, he can't make no time
(Spencer Williams / Max Kortlander)
Billie Holiday tem aquele «jeito» na voz, que se apropria do conteúdo e faz com que as canções fiquem como «sua propriedade». Muitas das interpretações* são inolvidáveis. Esta é uma delas.
A música, ao estilo das jazz-band do Sul, é magnífica e faz pensar nas gravações originais dos Blues de Bessie Smith. A letra é fantástica: Consigo visualizar o diálogo entre a cantora e «Big John», como se estivesse no cinema. Em filigrana, a vida difícil do trabalho à jorna; quando não podiam trabalhar por causa do mau tempo, não ganhavam («Daddy, he can make no time»...).
* Consulte a «playlist» onde pode ouvir Billie Holiday e muitas outras Vozes no Jazz!
Gravado em 1957 ao vivo, este pequeno filme com Billie e o seu grupo, incluindo Lester Young, Roy Eldridge, Ben Webster, Gerry Mulligan e Coleman Hawkins, é simplesmente um clássico.
Lyrics
My man don't love me Treats me oh so mean My man he don't love me Treats me awful mean He's the lowest man That I've ever seen
He wears high draped pants Stripes are really yellow He wears high draped pants Stripes are really yellow But when he starts in to love me He's so fine and mellow
Love will make you drink and gamble Make you stay out all night long Love will make you drink and gamble Make you stay out all night long Love will make you do things That you know is wrong
But if you treat me right, baby I'll stay home everyday Just treat me right, baby I'll stay home night and day But you're so mean to me, baby I know you're gonna drive me away
Love is just like a faucet It turns off and on Love is like a faucet It turns off and on Sometimes when you think it's on, baby It has turned off and gone
Faixa do último álbum do saxofonista Lester Young, desaparecido há 60 anos. A versão cantada de Billie Holiday é apenas uma das várias gravações da canção feitas pela «Lady Day». Ela insistia em afirmar que Lester era apenas um amigo. Algumas das mais belas gravações da história do jazz integraram estes dois músicos. O filme «Round Midnight», saído em 1986, foi em parte baseado na vida de Young.
There are many many crazy things
That will keep me loving you
And with your permission
May I list a few
The way you wear your hat
The way you sip your tea
The memory of all that
No, no they can't take that away from me
The way your smile just beams
The way you sing off key
The way you haunt my dreams
No, no they can't take that away from me
We may never never meet again, on that bumpy road to love
Still I'll always, always keep the memory of
The way you hold your knife
The way we danced until three
The way you changed my life
No, no they can't take that away from me
No, they can't take that away from me
Written by Ira Gershwin, George Gershwin
Esta célebre canção dos anos 30, composta por Ira e George Gershwin, foi interpretada por quase todas as celebridades do jazz, como Billie Holiday, Frank Sinatra ou Ella Fitzgerald.
Também estrelas do jazz instrumental - como Art Tatum e outros - nela se inspiraram para executarem originais improvisos.
Mas, ao fim e ao cabo, a versão que gosto de ouvir repetidas vezes é esta, a de Erroll Garner.
Eram 4 horas da manhã. Estava a
chuviscar aquela chuvinha que nos molha lentamente até aos ossos. Entrei num bar,
com luzes vermelhas, onde algumas prostitutas conversavam, ao balcão, com dois
ou três clientes…
Sentei-me numa mesa, não sabendo
muito bem o que escolher. Veio uma moça muito vistosa, pedir-me para se sentar.
Eu acedi, já sabendo que isso significava, no mínimo pagar o dobro do «consumo
obrigatório». Pedi uma garrafa de tinto, argumentando que o champagne me fazia
azia (o champanhe surrado, com certeza…)!
A partir daí, as minhas memórias
começam a ficar confusas; as luzes muito fracas, davam um halo de «mistério»
àquilo que não o tinha. Quanto à conversa, não retive nem um pouco do seu
conteúdo; a moça tinha jeito em me fazer sentir bem-disposto, isto ainda me
lembro.
Após uma pausa na música, iluminou-se
uma zona do fundo, que afinal era um pequeno palco, onde se desenrolou o espetáculo
de striptease: uma falsa loira, que imitava Marilyn Monroe com alguma
verosimilhança… a meus olhos.
Posso ter sonhado tudo o que
descrevi acima, pois no dia seguinte, acordei na minha cama, sem mais do que
uma persistente dor de cabeça. Não me recordo como acabou a noitada e como vim
para casa. Com certeza, vim no meu próprio carro; as chaves estavam pousadas ao
lado da mesinha de cabeceira. Mas mais do que isso não sei.
Estranhamente, não sentia cansaço
nenhum. Levantei-me, tomei um duche; engoli o pequeno-almoço e fui para o
trabalho. Tudo sem pensar, num automatismo bem rodado.
Nunca mais fui àquele bar; nem sei
se realmente ainda existe, nem se as personagens que encontrei ainda aí
trabalham. Tudo se passou como se fosse «noutra vida». Mas tal não pode ser; pois eu
sei, até certo momento no tempo, o que fiz.