Mostrar mensagens com a etiqueta EU. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta EU. Mostrar todas as mensagens

domingo, 26 de dezembro de 2021

OS TAMBORES DA GUERRA SOAM MAIS ALTO...

... MAS CONTINUAIS DISTRAÍDOS!

                    
                     
Forças russas num treino militar

O risco de um confronto generalizado não é discutido.
As sanções contra a Rússia e contra a China, são formas de separação radical do mundo em várias partes. Como visão «geoestratégica», é a mais absurda e primitiva que se pode imaginar nesta era.
As ameaças de cortar a Rússia do sistema SWIFT, que têm sido agitadas periodicamente, são apenas uma ocasião para esta desenvolver (ainda melhor) um sistema alternativo, que já existe e que está em funcionamento. Possivelmente, vai expandir-se com outros parceiros, com a China e outros, não sujeitos do Império USA.
A Rússia e a China são grandes países, com poderosos meios e cujos governos estão bem cientes das ameaças de Washington e dos seus lacaios da NATO.
Há alguns anos, a Rússia eliminou praticamente da sua dívida externa os ativos dependentes do dólar (obrigações do Tesouro US, etc.) e também se tornou largamente autossuficiente - e mesmo exportadora - nos alimentos, respondendo assim às sanções dos europeus, submissos aos americanos.
Vejam no gráfico abaixo. A partir do final de 2019, a dívida externa da Rússia é muito baixa. Se ela precisasse de saldar agora as suas dívidas externas, as reservas de divisas do banco central e dos seus bancos estatais chegariam.

             
Na guerra híbrida que estão a levar a cabo contra a Rússia, desde 2014 e contra a China, desde 2017, muitas das sanções (Nota: são atos de guerra económica) têm um efeito boomerang: São mais prejudiciais para os países que as fazem , do que para os visados.
Nota-se um aumento da estabilidade do sistema financeiro dos países da Organização de Cooperação de Xangai, onde China e Rússia são os principais, o que permite que a crise económica seja muito mais suave nestes.
As dificuldades da China, decorrentes duma economia fortemente exportadora, estão a ser enfrentadas: Há uma viragem para um maior consumo interno, para a diversificação dos mercados e para a complementaridade das economias. A China tem os problemas de abastecimento de energia largamente resolvidos, graças à cooperação com o Irão e com a Rússia.
Os russos não precisam de vender o seu gás à Europa Ocidental pelo Nordstream II. Têm compradores na China e noutros países. Mas os europeus têm que arcar com as consequências da não entrada em funcionamento de Nordstream II: Uma limitação energética, apenas aliviada com gás liquefeito vindo dos EUA, transportado por navios, evidentemente muito mais caro. Se isto não é exatamente a definição de «tiro no pé», então o que será?
A agressividade dos centros de poder atlantistas e globalistas não abranda, no entanto: Eles estão congeminando a próxima «pandemia». Desta vez será uma «pandemia cibernética», uma série de ataques de falsa bandeira, para dar pretexto a que imponham um regime ainda mais severo de sanções contra a Rússia e a China.
Veja como Klaus Schwab nos ameaça a todos:

               

Para eles, globalistas, o tempo de concluir o «Great Reset» chegou. Eles vão servir-se de toda a panóplia para conseguir neutralizar a resistência dos povos.
Claro que, por ora, sabem que não podem escravizar seus adversários mais poderosos. Sabem que somente poderão fazer «contenção» e «guerra híbrida». Isto também serve como forma de manter aterrorizados e dominados os governos do Ocidente, desejosos de se mostrarem «leais» à Grande Cabala.
Porém, no seio das sociedades que eles dominam, que ironicamente auto- designam por «democracias», estão a implementar um regime totalitário, com sistemas de vigilância («tracking»), com campos de internamento para dissidentes «covidianos». Criam uma dependência completa de muitas pessoas em relação ao governo, com o Rendimento Básico Universal. Devido aos «lockdown» e às várias restrições de atividades, milhares de pequenas e médias empresas ficam na falência: Isso não os aflige, ajuda-os a submeter ainda mais a população. Através da imposição da obrigatoriedade vacinal, montam um sistema de vigilância generalizado, que será aplicado noutras circunstâncias, com ou sem pretexto sanitário.
Estas manobras implicam um planeamento complexo, num número restrito de centros de poder. A ofensiva contra as liberdades civis está muito bem coordenada.
A «Cimeira para a Democracia», destinada a construir conivências entre governos ocidentais CONTRA os «arqui-inimigos» China e Rússia, não deveria merecer senão o desprezo e denúncia, por parte das esquerdas. Mas, infelizmente, elas foram cooptadas ou emudecidas e isso não é de agora. Com efeito, a sua resposta à tomada de poder globalista sob pretexto da crise do COVID, foi nula ou, até mesmo, foi de aprovação.
Andam também os governos da Europa sob direção americana, a fazer tudo em relação à Ucrânia, para reacender o conflito com as repúblicas separatistas do Don. Esta manobra suja e criminosa serviria para atrair a Rússia, para ela se imiscuir no vespeiro ucraniano, com o objetivo de aumentar o nível das sanções e, eventualmente, criar uma situação análoga à do Afeganistão nos anos 80, nas fronteiras europeias da Rússia.
A estratégia globalista para completar o «Great Reset» está patente, numa simulação lançada pelo WEF chamada “cyber polygoon. Em resumo:
- Os bancos irão fechar durante vários dias e a atividade bancária «on-line» não estará disponível. Não teremos acesso nem poderemos ver as nossas contas.
- A «suspensão de dívidas» será implementada, incluindo o cancelamento de dívidas. Note-se que a dívida de um é o ativo (as poupanças) de outro. Esta será a «solução» que nos será vendida para resolver a tal «ciber-pandemia». Eles dirão que isto TEM de ser feito para salvar-nos a todos.
- A relação de câmbio recíproco entre as divisas principais vai ser descontinuada. Deste modo, deixará de haver pagamentos em dólares USA, Euros, Libras, etc. As divisas serão de novo ativadas, mas com um severo corte, quando se transformarem em divisas digitais dos bancos centrais.
Parece que estas medidas são loucas, mas veja-se o que se passou com as divisas mais fracas (caso de Portugal) aquando da passagem ao Euro. Tiveram o seu câmbio inteiramente ditado pelos países mais fortes. O mesmo se irá passar, mas numa escala enorme e com mudanças de câmbios abismais.
A media vai mascarar estas manobras, que afinal se traduzem pelo empobrecimento massivo de uns e pelo enriquecimento de outros. Vão acusar, como de costume, os russos e os chineses, de estarem por detrás dos hackers. 
O ciberataque de falsa-bandeira é que irá supostamente tornar indispensáveis todas estas medidas .
Será uma espécie de arma de destruição massiva, que irá anular a autonomia das classes médias, nesses países.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

PORTUGAL, PARAÍSO FISCAL... PARA ESTRANGEIROS!

        
                                          https://www.youtube.com/watch?v=-9Gg6wGYVcA

          BREVE COMENTÁRIO A FRANCK DEDIEU

Os dados mencionados são correctos. 

O interessante é que o PS não nega absolutamente nada destes factos. Assume-os, como aliás não podia deixar de ser. 
Este afluxo de dinheiro, que Franck refere correctamente, teria de ser canalizado para investimento reprodutivo, para melhorias de infraestrutura, especialmente nas vilas esquecidas do interior, para que houvesse um verdadeiro desenvolvimento sustentável. 
Assim, lamentavelmente, Portugal apenas reforça o seu destino de neocolónia [como a Grécia, a Tunísia, etc, etc] para férias (do tipo Club Med. ou  equivalente) da classe média dos países europeus mais afluentes.  

sexta-feira, 6 de abril de 2018

FRAGILIDADE DO SISTEMA FINANCEIRO, FACE À MUDANÇA TECTÓNICA


                                

Nada mais frágil do que a posição económica e financeira dos EUA (e UE) neste momento. A crise de 2008 foi escondida debaixo de uma «montanha de papel» (ou dígitos electrónicos), o chamado QE (Quantitative easing), política levada a cabo pelos bancos centrais dos dois lados do Atlântico. 
A «recuperação» das economias é tudo menos segura, pois as políticas seguidas não são inflacionárias, mas deflacionárias. 
Com efeito, inflacionário seria haver maior quantidade de dinheiro disponível nas famílias, em particular nas famílias das classes trabalhadoras. São estas que irão gastar mais, simplesmente porque a quantidade do que gastam é função directa daquilo que recebem. 
Pelo contrário, os ricos e a classe média superior, têm usado o capital disponível para especular na bolsa, têm adquirido casas ou andares - muito acima daquilo que a média dos trabalhadores poderia alcançar - mas irão gastar, mais ou menos o mesmo, nos bens de consumo. 
Aquilo que a família média, em qualquer país da UE ou nos EUA, aufere, em termos de poder de compra real, é substancialmente mais baixo do que em 2008, antes da crise do sub-prime. 
A confirmar este diagnóstico da criação e manutenção de ambiente deflacionário, está o facto de que, apesar da «recuperação», o grosso do desemprego, em muitos países do sul da UE não foi realmente reabsorvido. 
Os números reais do desemprego são mantidos numa vaga e nebulosa indefinição, por decisão política de governos, servidos pela média: continuam acima dos 10% para a população em geral e acima dos 40% para os jovens em Portugal, Itália e Espanha, nomeadamente. 
O público está desinformado e manipulado. Assim, a média corporativa «esquece» de mencionar os valores globais, mas refere sistematicamente qualquer dado indicando criação de emprego, conseguindo iludir as pessoas.
Assiste-se a uma espiral de deflação, acompanhada a uma inflação confinada ao mercado financeiro, nomeadamente, com cotações bolsistas em alturas inéditas, sem comum medida com o valor intrínseco das empresas cotadas. 
Neste ambiente, o alavancar dos vários activos, através de derivados (por ex. credit default swaps...), faz aumentar os riscos inerentes a muitos produtos financeiros, ao mesmo tempo que se continua com uma política de supressão dos juros do capital-poupança, que as pessoas idosas, modestas, possuem. Como estes activos não fornecem as quantias esperadas, muitos idosos são obrigados a regressar ao mercado de trabalho, ou a  adiar ao máximo o momento da reforma.

O efeito catastrófico, no Ocidente, das políticas levadas a cabo após o colapso de 2008, apenas foi reportado e diluído no tempo. Não houve, de forma nenhuma, um «curativo». 
O resultado é que pretendem diminuir, ou «normalizar», a quantidade dos activos dos bancos centrais, mas não têm compradores. Recentemente, os bancos centrais de vários países - Japão e Suíça, logo copiados pelos restantes - começaram até a comprar grandes quantidades de acções nos mercados bolsistas. Isto dá uma medida do desespero dos dirigentes destas instituições, em manter a ilusão de economias em recuperação. 
O governo dos EUA possui um «grupo de intervenção financeira», com acesso ilimitado a fundos, para comprar acções ou outros activos, prevenindo uma queda brusca... eles têm usado este mecanismo rotineiramente, para manter as bolsas a «flutuar», apesar delas serem desertadas pelos investidores mais atentos. 
As subidas dos valores das empresas cotadas em bolsa origina maiores dividendos para os accionistas e maiores bónus para os dirigentes, pelo que as grandes empresas estão sistematicamente a reinvestir os seus lucros em acções de si próprias, não utilizando este capital disponível para criar mais valor (aquilo que se esperaria numa economia capitalista saudável). Os juros muito baixos têm permitido que estas empresas usem este crédito muito barato para operações de auto compra de acções. Mas a subida dos juros, começada pela FED, que será seguida por outros bancos centrais, está a tornar estas operações menos rentáveis ou não rentáveis de todo. As bolsas  já começaram a sofrer, a volatilidade a aumentar, vários fundos de fortunas a sair do mercado...

No contexto actual, não seria fácil encontrar pior política do que o «bullying» sistemático que os EUA querem levar a cabo contra a China
Numa guerra comercial, todos são prejudicados. Não são os países do Oriente, fornecedores de bens e serviços ao Ocidente, que irão sofrer mais... quem fica sem defesa são estes países do Ocidente, que perderam, voluntariamente, a sua capacidade produtiva no espaço de 2 ou 3 décadas apenas, para os países ditos emergentes, mas cujo comércio já atinge o top ao nível mundial. 

Não se acredite que a elite que mexe os cordelinhos e comanda os fantoches da política, não tenha previsto e desejado isto tudo:  a minha hipótese tem sido a de que estamos perante os episódios iniciais do «Grande Reset» ou da Mudança Tectónica, defendido por várias eminências do globalismo. 

O papel dos políticos «convencionais» e da media corporativa nisto tudo, é criar uma «narrativa» que permita ao cidadão comum fazer uma leitura equivocada, mas que serve para o levar aonde a mesma elite globalista quer: nomeadamente, a pensar que a próxima «grande crise» é uma «fatalidade» da natureza, ou da economia. 
Não lhe deve nunca passar pela cabeça que esta foi calculada, monitorizada e implementada para realmente haver uma transferência de poder (e de capital) de umas mãos para outras.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

RESCALDO DAS ELEIÇÕES BRITÂNICAS

Resultado das eleições britânicas, segundo o jornal «The Sun»: 

...
Mrs May had been hoping to win a commanding majority she could use as a strong platform to push through her radical domestic reforms as well as our EU exit.

She declared it was "the most important election for this country" in her lifetime, but now looks set to lose a dozen seats after the expected huge swing of Ukip voters to Conservative failed to materialise.

...

                  


O golpe das eleições antecipadas foi tiro lhes saíu pela culatra! 
Mas o curioso é que - há precisamente um ano atrás - passou-se o mesmo com o Brexit: Cameron apostou o seu futuro político na derrota dos eurocépticos do interior do seu partido com esse referendo... e perdeu.
Agora, de novo, o poder conservador instalado apostou num golpe eleitoral para consolidar a sua posição, perante as negociações de saída da UE. 
Passou-se exactamente o contrário: o voto desmentiu que houvesse um amplo consenso popular por detrás do governo sobre a maneira como este está a conduzir o processo de saída da UE. Significativa foi a transferência de votos do UKIP para os Trabalhistas, perante a ameaça de May e dos conservadores em acabarem com o Welfare State...

É caso para dizer, segundo a Lei de Murphy... "o que poderá correr mal, corre mal" (neste caso, para a Sra May).

quinta-feira, 23 de março de 2017

RUPTURA E QUEDA DA UNIÃO EUROPEIA

Foi há cerca de nove anos atrás que as pessoas começaram a acordar para a realidade da EU pós tratado de Lisboa e pós moeda única. 

Quando se começou a perceber a enorme dívida acumulada pelo Estado grego, tendo nenhum mecanismo seguro de reembolso, começou-se a perceber que o sobre endividamento dos Estados tinha sido o resultado negativo da introdução do euro, em países que tinham aderido à União Europeia, mas que careciam de uma estrutura financeira e fiscal sólida, permitindo garantir os empréstimos dos respectivos Estados. 
Foi então que surgiu o acrónimo não muito simpático de PIGS (Portugal, Ireland, Greece, Spain) para designar estes mesmos países, que tinham uma estrutura deficitária crónica da sua balança de pagamentos precisando de recorrer a crédito sob forma de obrigações soberanas, para colmatar o défice. 

Ora, os governos destes países tinham, desde o euro, uma maior facilidade de obterem crédito e a juro mais baixo, permitindo assim fazerem obras faraónicas (exemplo, os estádios do Euro 2004 em Portugal), desbaratar o dinheiro em submarinos e outros «brinquedos» de guerra (Portugal e Grécia), criar e manter enormes bolhas do imobiliário (Espanha, sobretudo, embora também os restantes PIGS), etc.

Na realidade, o povo desses países pensava ingenuamente que os dirigentes eram geniais pois faziam «prosperar» as respectivas economias, as pessoas já se viam aproximarem-se dos níveis de vida da Europa do Norte. Só que a Europa do Norte tinha os cordões da bolsa, emprestava com juros e queria que este dinheiro investido fosse rentabilizado. 

Portanto, nada de perdoar ou reestruturar os empréstimos. Somente, em economia, não existe défice crónico que não resulte de um superavit, crónico também, algures. Neste caso, a Alemanha e outros países do Norte da EU tinham um mercado cativo no Sul, um poço sem fundo para exportarem os seus produtos e faziam tudo para que os respectivos governos, «adictos» na compra desses bens de equipamento e consumo, continuassem a obter crédito. 

Numa economia ao nível das empresas, uma empresa que «ofereça» crédito aos seus clientes para estes comprarem os seus produtos, fá-lo com a convicção desses clientes terem capacidade de pagar; caso  saibam que efectivamente estão sobre-endividados e continuem a «dar» créditos a esses clientes, simplesmente estão a assumir, eles próprios, o risco de não pagamento por parte desses clientes. 
Se – efectivamente - alguns clientes não puderem pagar, os que lhes impingiram esses créditos são igualmente responsáveis por esse crédito malparado,  pois aplicaram de forma demasiado arriscada o capital. 

Claro que no caso de contas entre Estados a coisa é mais complexa, porém nada será fundamentalmente diferente, a não ser num ponto crucial. 
O cliente sobreendividado do exemplo anterior não tem meio de ir buscar o dinheiro em dívida a nenhum lado. Ele está condenado à bancarrota pessoal; mas o Estado sobreendividado está «protegido», porque tem o poder de pressionar os seus cidadãos a fornecerem mais dinheiro em impostos, tem o poder de efectuar «cortes», ou seja, de renegar parte das somas devidas nas pensões de reforma e salários dos seus funcionários públicos.

Assim, o Estado português tem feito «default» ou falta de pagamento,  não em relação aos detentores de dívida pública, detida por grandes empórios financeiros, grandes bancos internacionais, hedge funds (fundos especulativos), mas à sua própria população, não apenas desviando capitais de investimentos em infra-estruturas indispensáveis, como falhando nas suas obrigações estritas de pagar os salários contratualmente acordados e as pensões nas condições estabelecidas. 

Com efeito,  as pensões de reforma não são uma benesse, mas antes um salário diferido, um salário que o trabalhador foi acumulando à medida que passavam os anos e, embora retido pelo Estado, este já não tem legitimidade de o considerar seu e de dispor dele como se o fosse. A partir do momento em que o Estado ou a empresa pagou uma determinada quantia, mensalmente, ao trabalhador como contribuição para a segurança social, esse dinheiro reverte para um fundo, que não é nominalmente do Estado. 

A chamada recuperação das finanças portuguesas não foi nenhum milagre, nem um feito heróico do governo (deste ou dos outros) mas apenas resultou do «bail in» (resgate interno) continuado, feito sobre a imensa maioria, sobre assalariados (por roubo), pensionistas (por roubo),  cidadãos em geral (por não realização do investimento prometido e necessário).

Qualquer observador, daqui a um século, verá – estou certo - como incrível aquilo que se tem vindo a passar na EU, pois os países do Sul não têm, objectivamente, qualquer interesse em continuarem cativos, numa espécie de servidão neocolonial, dos países do Norte. 
Apenas uma classe política corrupta mantém este estado de coisas, porque ela tem pessoalmente a ganhar com os lugares muito bem pagos de que pode gozar nas diversas instâncias: parlamento europeu, comissão europeia, tribunal de Estrasburgo,  BCE de Frankfurt…  Deve estar muito segura da ignorância dos seus cidadãos para continuar a vender a ideia de que é «indispensável» continuarmos a pertencer à U.E.!

O facto da cidadania ignorar ou recusar prestar atenção a estes factos, afinal muito simples na essência, tem a ver com a permanente lavagem ao cérebro dos cidadãos/eleitores. A média corporativa faz bem o seu trabalho de intoxicação quotidiana ao serviço dos poderosos. 
Poucas pessoas equacionam que parte substancial do rendimento é desviado para pagar uma dívida, em grande parte, ilegítima.
O que se passa agora com os países do Sul passou-se na África, nos anos 70 e 80 do século passado, com os empréstimos do FMI (na realidade, um conglomerado de grandes bancos é que emprestava, o FMI só «garantia» que os empréstimos fossem cobrados). Os países africanos governados, na sua maioria, por ditadores foram sendo endividados pelos respectivos governos e os capitais e juros foram arrancados às populações nas condições mais brutais, para enriquecer consórcios bancários e grandes empresas fornecedoras de bens e serviços (em grande parte da EU e dos EUA).

Mas tudo tem um fim e o da União Europeia está próximo: as forças centrífugas são demasiado fortes, devido aos egoísmos do Norte conjugados com a exaustão, o empobrecimento artificial e forçado do Sul. 
Toda a dívida que não pode ser paga, não será paga. Esta dívida pública dos países do Sul não tem qualquer tendência a diminuir mas a acumular-se, pois os Estados têm de emitir constantemente mais dívida (com juros relativamente altos) para pagar dívidas que vão vencendo.
O ponto de ruptura varia de país para país e também de acordo com as circunstâncias globais da economia da zona Euro e mundial. É, porém, inevitável. 

Entretanto, as populações do Norte estão em pânico com a vaga migratória, vinda de países que seus dirigentes contribuíram para mergulhar no caos (Líbia, Síria, Iémen…). As pessoas têm mais reflexos identitários agora e não aceitarão fazer sacrifícios pelos cidadãos dos Estados Europeus do Sul. 

Os governos da Alemanha e de outros países credores do Norte europeu, para se manterem no poder, têm de mostrar que seguem uma «linha dura», em relação ao pagamento de uma dívida impagável nas condições objectivas que vivem os países do Sul.  Eles sabem – melhor que ninguém- que assim é. 

Visto que não existe qualquer solidariedade dos países do Norte, não é apenas o destino dos países do Sul que está em causa, é a própria arquitectura da EU que está a ruir pela base.