Mostrar mensagens com a etiqueta chanson française. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta chanson française. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 4 de abril de 2023

Yves Montand & Edith Piaf: «LA GOUALANTE DU PAUVRE JEAN»

Esta canção lindíssima é escrita em «argot», ou seja, na linguagem popular, que tinha e tem vários «dialetos», sendo difícil ao não iniciado perceber realmente do que se está a falar. Esta, é uma das razões pelas quais se fala em argot*.Mas, ela reenvia-me diretamente para memórias da infância, quando ouvia (e aprendia de cor) as canções populares interpretadas por Montand, Piaf, etc., num gira-discos em casa dos meus pais.                            https://www.youtube.com/watch?v=AmBrVpYOWFs

  

------#-----





Esgourdez rien qu'un instant

La goualante du pauvre Jean

Que les femmes n'aimaient pas
Et n'oubliez pas
Dans la vie y a qu'une morale
Qu'on soit riche ou sans un sou
Sans amour on n'est rien du tout
On n'est rien du tout

Il vivait comme un rupin Habillé comme un gandin Il ronflait dans de beaux draps Mais n'oubliez pas Dans la vie on est peau de balle Quand notre cœur est au clou Sans amour on n'est rien du tout On n'est rien du tout Il guinchait dans les salons Il baffrait comme un cochon Et lichait tous les tafias Mais n'oubliez pas Rien ne vaut une belle fille Qui partage notre ragoût Sans amour on n'est rien du tout On n'est rien du tout Pour gagner des picaillons Il fut un méchant larron On le saluait bien bas Mais n'oubliez pas Un jour on fait la pirouette Et derrière les verrous Croyez-moi on n'est rien du tout On n'est rien du tout Esgourdez, tous les galants Soyez fiers de vos vingt ans On ne les a qu'une fois Et n'oubliez pas Plutôt qu'une cordelette Mieux vaut une femme à son cou Sans amour on n'est rien du tout On n'est rien du tout Et voilà mes braves gens La goualante du pauvre Jean Qui vous dit en vous quittant
Aimez-vous!
------------(*) Argot: É literalmente «Arte Gótica».

quinta-feira, 12 de maio de 2022

«On n'oublie rien» Jacques Brel





 On n'oublie rien
On n'oublie rien de rien
On n'oublie rien du tout
On n'oublie rien de rien
On s'habitue c'est tout
Ni ces départs ni ces navires
Ni ces voyages qui nous chavirent
De paysages en paysages
Et de visages en visages
Ni tous ces ports ni tous ces bars
Ni tous ces attrape-cafard
Où l'on attend le matin gris
Au cinéma de son whisky
Ni tout cela ni rien au monde
Ne sait pas nous faire oublier
Ne peut pas nous faire oublier
Qu'aussi vrai que la terre est ronde
On n'oublie rien de rien
On n'oublie rien du tout
On n'oublie rien de rien
On s'habitue c'est tout
Ni ces jamais ni ces toujours
Ni ces je t'aime ni ces amours
Que l'on poursuit à travers cœurs
De gris en gris, de pleurs en pleurs
Ni ces bras blancs d'une seule nuit
Collier de femme pour notre ennui
Que l'on dénoue au petit jour
Par des promesses de retour
Ni tout cela ni rien au monde
Ne sait pas nous faire oublier
Ne peut pas nous faire oublier
Qu'aussi vrai que la terre est ronde
On n'oublie rien de rien
On n'oublie rien du tout
On n'oublie rien de rien
On s'habitue c'est tout
Ni même ce temps où j'aurais fait
Mille chansons de mes regrets
Ni même ce temps où mes souvenirs
Prendront mes rides pour un sourire
Ni ce grand lit où mes remords
Ont rendez-vous avec la mort
Ni ce grand lit que je souhaite
À certains jours comme une fête
Ni tout cela ni rien au monde
Ne sait pas nous faire oublier
Ne peut pas nous faire oublier
Qu'aussi vrai que la terre est ronde
On n'oublie rien de rien
On n'oublie rien du tout
On n'oublie rien de rien
On s'habitue c'est tout
Jacques Brel / Gerard Jouannest

segunda-feira, 21 de março de 2022

GEORGES BRASSENS - JE ME SUIS FAIT TOUT PETIT







Les 25 Chansons
                                                             
01 Je me suis fais tout petit
02 Les Trompettes De La Renommée 03 Brave Margot 04 La Mauvaise réputation 05 Le parapluie 06 Le petit Cheval 07 Le Gorille 08 J'ai rendez-vous avec vous 09 Les amoureux des bancs publics 10 Pauvre Martin 11 Il n'y a pas d'amour heureux 12 Auprès de mon Arbre 13 Le Pornographe 14 Le vieux Léon 15 Marquise 16 Les copains d'abord 17 Les sabots D'Hélène 18 Chanson pour l'auvergnat 19 La Prière 20 Gastibelza 21 La mauvais herbe 22 Une jolie fleur 23 Je suis un voyou 24 Putain de toi  
25 Le testament  

sexta-feira, 30 de julho de 2021

SOBRE A REIFICAÇÃO DA MORTE

A reificação*, que refiro no título, é a transposição da ideia abstrata - a morte - para o mundo social. É uma objetivação, ou seja, a passagem do abstrato ao concreto.

Na nossa época, a morte é personificada como o mal absoluto, como algo que se deve evitar a todo o transe. As pessoas chegam a estimar-se como muito "heroicas" por sobreviverem a uma série de doenças e conseguirem chegar a uma provecta idade. Considera-se um prodígio chegar-se a viver muito para lá dos noventa anos, como se isso fosse - em si mesmo - um bem.
Simultaneamente, a quantidade de pessoas que se suicidam vai aumentando, ano após ano. Sabe-se que, diretamente, não está correlacionado com o estado da economia pois, ao contrário do que se diz, a maior parte dos suicídios não se deve a motivos económicos, mas a fatores de natureza afetiva e psíquica, a depressões não tratadas ou mal tratadas, por exemplo, ou a casos passionais.
A existência da morte é ocultada, negada: as pessoas - cada vez mais - morrem sós, muitas vezes rodeadas de aparelhos de reanimação e outras maravilhas da medicina, mas sem o conforto de estar junto de alguém próximo, cônjuge ou filho(s).

A publicidade utiliza toda a espécie de argumentos envolvendo «saúde», para vender seus produtos ou serviços. Se tivéssemos que avaliar os sectores da economia, exclusivamente, pela publicidade produzida, então o sector da saúde e cuidados com o corpo, seria - de longe - o maior. Empresas com relação à saúde, não só à medicina, como ao «bem-estar», à «nutrição saudável», ao «corpo em forma», etc., multiplicam-se.
Porém, nota-se um aumento exponencial de doenças ditas de civilização, como o tabagismo, o alcoolismo, adição a diversas drogas. Mas não só aquelas: é assustador o aumento da obesidade, associada a outras doenças, desde a diabetes, às doenças cardiovasculares, às doenças do foro psíquico, etc.

Eu penso que esta sociedade está a viver numa espécie de «esquizofrenia civilizacional», devido a uma perda de referências. O que supostamente conta, na vida das pessoas, com a forte pressão social para «ser-se competitivo», é a imagem. É também a ideologia inculcada, do que é ser «um vencedor na vida» ou «um perdedor». Um sem fim de estereótipos, que conduzem os indivíduos a consumir produtos e serviços, que os seduzem e os empurram para ainda maiores excessos e desequilíbrios. Perversamente, inculcam-lhes uma ideia de «saúde», que envolve uma imagem ideal do corpo, da beleza, do equilíbrio, mas apenas enquanto desejo hedónico. Algo que deve ser obtido imediatamente. Vive-se na pulsão, no desejo, na satisfação imediata dos instintos.

A «ciência médica» transformou-se também. Ela está ao serviço da sociedade do consumo hedónico, não está preocupada em prevenir (por mais que o diga), mas em "tratar" ou "curar", o que pode ser fonte inesgotável de negócio.

O medo da morte atinge o paroxismo: O desencadear da paranoia do Covid, instaurou um clima social doentio, uma psicose coletiva.
A ideia de morrer, qualquer que fosse a causa, era assaz banal no tempo dos nossos avós. Morrer aos 50 ou 60 anos, não tinha nada de especial. Morriam muitos recém-nascidos e crianças de tenra idade. O número médio de filhos por mulher era maior, porque a mortalidade infantil era elevada. O número de nascimentos necessários à manutenção do equilíbrio populacional (em torno de 2,1 filhos por mulher fértil, em média), já não existe hoje, na maioria de países ditos «desenvolvidos».
Estes factos acima significam que há meio século ou mais, a família europeia era normalmente maior do que o núcleo «mãe-pai-filhos»; e que ela sofria frequentemente a morte de alguém.
As estruturas hospitalares e os meios tecnológicos eram escassos. O saber médico também era menor, em absoluto, embora os médicos tivessem maior capacidade de atender às mais diversas situações: Tinham, quase todos, de atender a situações de urgência, por vezes em condições sem grandes meios ao seu dispor, e tinham de decidir por si próprios o que fazer, nas situações de risco de vida para o paciente.
As pessoas morriam maioritariamente em casa, tanto nas classes abastadas, como nas mais pobres. Morrer em família, foi experiência humana comum (recorde-se Charles Aznavour, «La Mamma»). 


Haveria, com certeza, para os familiares uma grande dor associada. Mas, morrer só, no hospital hipertecnológico, mesmo que o pessoal médico e de enfermagem seja muito atencioso e humano, será isso um «progresso» da medicina, da civilização, do respeito pelo ser humano?

As pessoas são (ou tornaram-se) de uma cobardia incrível, muitas vezes escondida com argumentos especiosos. Isto indica-nos que elas não foram adequadamente formadas. As pessoas deviam estar moralmente preparadas para as dificuldades da vida, para enfrentar situações penosas. Estão simultaneamente fechadas aos outros, dentro dum casulo egoístico, porém não se coíbem de pedir (ou mesmo exigir) toda a atenção e ajuda, em caso de sofrimento de algum tipo.

A passagem do estado vivo ao estado morto, é a coisa mais banal e natural deste mundo.
É de todo estranho que os humanos de hoje evitem o contacto com pessoas moribundas e isso, mesmo quando se trata dos seus entes queridos.
Verdadeiramente civilizado e humano, seria proporcionar as melhores condições possíveis, incluindo nos ambientes hospitalares, aos familiares mais chegados para estes poderem assistir e consolar, nos derradeiros momentos, um ente querido.

                 

-----------------

quinta-feira, 13 de maio de 2021

[Françoise Hardy] «L'AMOUR S'EN VA»

Françoise Hardy tem uma posição ímpar na canção francesa pela sua qualidade de autora, compositora e interprete, com um nível bem acima da média.
A canção «L'amour s'en va», foi apresentada no festival da Eurovisão de 1963. Não ganhou (ficou em 5º lugar) mas, nem por isso deixa de ser uma das canções que marcam uma geração.


             https://www.youtube.com/watch?v=AWxmrbeOn70


L'amour s'en va, et le tien ne saurait durer

Comme les autres, un beau jour tu vas me quitter
Si ce n'est toi, ce sera moi qui m'en irai


L'amour s'en va, et nous n'y pourrons rien changer
Car toi aussi, tu vas me dire mille toujours
Et moi aussi, je les redirai à mon tour


L'amour s'en va, je t'échappe quand tu me poursuis
Ou bien c'est moi qui refuse de croire tout fini
Et chaque fois, toujours on doit se l'avouer


L'amour s'en va, mais sans cesse, nous courons après

[Letra e música de Françoise Hardy]


domingo, 14 de julho de 2019

HIER ENCORE - CHARLES AZNAVOUR


Talvez seja esta a canção que mais aprecio neste extraordinário cantor/compositor, pela intensa qualidade do texto, inteligível e profundo, mas também pela melodia muito bela e adequada ao texto.  

quarta-feira, 10 de julho de 2019

BREL - BRASSENS - FERRÉ E OS ANOS SESSENTA


Jacques Brel, Georges Brassens, Léo Ferré... e muitos outros. Esta «colheita» de grandes cantores-autores ... faz-me pensar que os anos sessenta foram, na criação artística, na cultura, a época de ouro do século XX ... embora não o tenham sido na economia, ou na política! 


Para mim, este fenómeno demonstra a imbecilidade de pretender reduzir a vida social, a cultura de uma época, aos seus aspectos materiais ou institucionais! 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

GEORGES MOUSTAKI - MA LIBERTÉ

Um amor nunca é só prazer, também é renúncia a uma liberdade, renúncia bem assumida, no caso de haver compreensão recíproca. 

A canção de Moustaki não é apenas um hino à liberdade, mas uma reflexão de um libertário sobre a renúncia assumida de uma parte da nossa liberdade individual, para partilhar um destino comum...

Haverá mais profundo hino ao amor...? 


Ma liberté
Longtemps je t'ai gardée
Comme une perle rare 

Ma liberté
C'est toi qui m'a aidé
A larguer les amarres
Pour aller n'importe où
Pour aller jusqu'au bout
Des chemins de fortune
Pour cueillir en rêvant
Une rose des vents
Sur un rayon de lune

Ma liberté
Devant tes volontés
Mon âme était soumise
Ma liberté
Je t'avais tout donné
Ma dernière chemise
Et combien j'ai souffert
Pour pouvoir satisfaire
Tes moindres exigences
J'ai changé de pays
J'ai perdu mes amis
Pour gagner ta confiance

Ma liberté
Tu as su désarmer
Toutes mes habitudes
Ma liberté
Toi qui m'a fait aimer
Même la solitude
Toi qui m'as fait sourire
Quand je voyais finir
Une belle aventure
Toi qui m'as protégé
Quand j'allais me cacher
Pour soigner mes blessures

Ma liberté
Pourtant je t'ai quittée
Une nuit de décembre
J'ai déserté
Les chemins écartés
Que nous suivions ensemble
Lorsque sans me méfier
Les pieds et poings liés
Je me suis laissé faire
Et je t'ai trahi pour
Une prison d'amour
Et sa belle geôlière

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

BORIS VIAN... TOUJOURS!

Boris Vian foi um poeta, compositor, romancista, autor de scripts para filmes, trompetista de jazz... ímpar na sua actividade múltipla, na sua vida curta e plena de sensações fortes. 
Embora tenha morrido em 1959, a sua influência estende-se, na música e na literatura, até aos dias de hoje. 
Das canções de sua autoria, O Desertor (Le Déserteur) será porventura a mais conhecida, muitos são os seus interpretes. 
Escreveu grande número de canções destinadas a cantores e cantoras seus contemporâneos. Além desses, em sucessivas gerações, novos interpretes retomaram suas canções, que reflectem um humor surrealista, anárquico e rebelde. 
Vários dos seus romances, escritos sob pseudónimo, deram escândalo, na época. 
A sua morte, por paragem cardíaca, ocorreu durante a projecção do filme «J'irai Cracher Sur vos Tombes» baseado no seu romance homónimo.
Poderia seleccionar muitas canções da autoria de Boris Vian para ilustrar o seu talento. 
Porém, a meu ver, basta apreciar esta «Complainte du Progrès», cheia de humor e de conteúdo crítico dos costumes, para nos dar vontade de descobrir as outras.
Canção* composta em 1956, no início do período de prosperidade marcado pelo crescimento económico e pelo aparecimento de novos produtos de consumo (carros, telefone, electrodomésticos, frigorífico, máquina de lavar roupa e televisão) que vão revolucionar os modos de vida.

* Embora não tenha pensado nisso antes, agora lembro-me que amanhã é dia de São Valentim: um piscar de olho CÚMPLICE aos namorados!
                                  
Autrefois pour faire sa cour
On parlait d’amour

Pour mieux prouver son ardeur

On offrait son cœur

Maintenant c’est plus pareil

Ça change ça change

Pour séduire le cher ange

On lui glisse à l’oreille
Ah Gudule, viens m’embrasser, et je te donnerai…
Un frigidaire, un joli scooter, un atomixer

Et du Dunlopillo

Une cuisinière, avec un four en verre

Des tas de couverts et des pelles à gâteau !

Une tourniquette pour faire la vinaigrette

Un bel aérateur pour bouffer les odeurs

Des draps qui chauffent

Un pistolet à gaufres

Un avion pour deux

Et nous serons heureux !
Autrefois s’il arrivait
Que l’on se querelle

L’air lugubre on s’en allait

En laissant la vaisselle

Maintenant que voulez-vous

La vie est si chère

On dit : « rentre chez ta mère »

Et on se garde tout
Ah Gudule, excuse-toi, ou je reprends tout ça…
Mon frigidaire, mon armoire à cuillères

Mon évier en fer, et mon poêle à mazout

Mon cire-godasses, mon repasse-limaces

Mon tabouret-à-glace et mon chasse-filous !

La tourniquette à faire la vinaigrette

Le ratatine-ordures et le coupe friture
Et si la belle se montre encore rebelle
On la fiche dehors, pour confier son sort…

Au frigidaire, à l’efface-poussière

A la cuisinière, au lit qu’est toujours fait

Au chauffe-savates, au canon à patates

A l’éventre-tomate, à l’écorche-poulet !
Mais très très vite
On reçoit la visite

D’une tendre petite

Qui vous offre son coeur

Alors on cède

Car il faut qu’on s’entraide

Et l’on vit comme ça jusqu’à la prochaine fois

Et l’on vit comme ça jusqu’à la prochaine fois

Et l’on vit comme ça jusqu’à la prochaine fois !





quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

CHANSONS D'AVANT HIER - CHARLES TRÉNET


LA MER


La mer
Qu'on voit danser le long des golfes clairs
A des reflets d'argent
La mer
Des reflets changeants
Sous la pluie

La mer
Au ciel d'été confond
Ses blancs moutons
Avec les anges si purs
La mer bergère d'azur
Infinie

Voyez
Près des étangs
Ces grands roseaux mouillés
Voyez
Ces oiseaux blancs
Et ces maisons rouillées

La mer
Les a bercés
Le long des golfes clairs
Et d'une chanson d'amour
La mer
A bercé mon cœur pour la vie

QUE RESTE-T-IL DE NOS AMOURS

Ce soir le vent qui frappe à ma porte
Me parle des amours mortes
Devant le feu qui s' éteint
Ce soir c'est une chanson d' automne
Dans la maison qui frissonne
Et je pense aux jours lointains

Que reste-t-il de nos amours
Que reste-t-il de ces beaux jours
Une photo, vieille photo
De ma jeunesse
Que reste-t-il des billets doux
Des mois d' avril, des rendez-vous
Un souvenir qui me poursuit
Sans cesse

Bonheur fané, cheveux au vent
Baisers volés, rêves mouvants
Que reste-t-il de tout cela
Dites-le-moi

Un petit village, un vieux clocher
Un paysage si bien caché
Et dans un nuage le cher visage
De mon passé

Les mots les mots tendres qu'on murmure
Les caresses les plus pures
Les serments au fond des bois
Les fleurs qu'on retrouve dans un livre
Dont le parfum vous enivre
Se sont envolés pourquoi?

Que reste-t-il de nos amours
Que reste-t-il de ces beaux jours
Une photo, vieille photo
De ma jeunesse
Que reste-t-il des billets doux
Des mois d' avril, des rendez-vous
Un souvenir qui me poursuit
Sans cesse

MÉNILMONTANT

Ménilmontant mais oui madame
C'est là que j'ai laissé mon cœur
C'est là que je viens retrouver mon âme
Toute ma flamme
Tout mon bonheur...

Quand je revois ma petite église

Où les mariages allaient gaiement

Quand je revois ma vieille maison grise
Où même la brise
Parle d'antan
Elles me racontent
Comme autrefois
De jolis contes
Beaux jours passés je vous revois
Un rendez-vous
Une musique
Des yeux rêveurs tout un roman
Tout un roman d'amour poétique et pathétique
Ménilmontant !


Quand midi sonne

La vie s'éveille à nouveau

Tout résonne

De mille échos

La midinette fait sa dînette au bistro

La pipelette

Lit ses journaux
Voici la grille verte
Voici la porte ouverte
Qui grince un peu pour dire "Bonjour bonjour
Alors te v'là de retour ?"


Ménilmontant mais oui madame

C'est là que j'ai laissé mon cœur

C'est là que je viens retrouver mon âme

Toute ma flamme

Tout mon bonheur...

Quand je revois ma petite gare

Où chaque train passait joyeux
J'entends encor dans le tintamarre
Des mots bizarres
Des mots d'adieux
Je suis pas poète
Mais je suis ému,
Et dans ma tête
Y a des souvenirs jamais perdus
Un soir d'hiver
Une musique
Des yeux très doux les tiens maman
Quel beau roman d'amour poétique
Et pathétique
Ménilmontant !


JE CHANTE


Je chante !

Je chante soir et matin,

Je chante sur mon chemin,

Je chante, je vais de ferme en château

Je chante pour du pain je chante pour de l'eau

Je couche

Sur l'herbe tendre des bois
Les mouches
Ne me piqu'nt pas
Je suis heureux, j'ai tout et j'ai rien
Je chante sur mon chemin
Je suis heureux et libre enfin.



Les elphes

Divinités de la nuit,

Les elphes

Couchent dans mon lit.

La lune se faufile à pas de loup

Dans le bois, pour danser, pour danser avec nous.

Je sonne
Chez la comtesse à midi :
Personne,
Elle est partie,
Ell' n'a laissé qu'un peu d'riz pour moi
Me dit un laquais chinois.

Je chante,
Mais la faim qui me poursuit
Tourmente
Mon appétit.
Je tombe soudain au creux d'un sentier,
Je défaille en tombant et je meurs à moitié.
« Gendarmes,
Qui passez sur le chemin,
Gendarmes,
Je tends la main.
Pitié, j'ai faim, je voudrais manger,
Je suis léger… léger… »

Au poste,
D'autres moustaches m'ont dit,
Au poste,
« Ah ! mon ami,
C'est vous le chanteur vagabond ?
On va vous enfermer… oui, votre compte est bon. »
Ficelle,
Tu m'as sauvé de la vie,
Ficelle,
Sois donc bénie
Car, grâce à toi, j'ai rendu l'esprit,
Je me suis pendu cette nuit… et depuis…

Je chante !
Je chante soir et matin,
Je chante
Sur les chemins,
Je hante les fermes et les châteaux,
Un fantôme qui chante, on trouve ça rigolo
Je couche,
La nuit sur l'herbe des bois,
Les mouches
Ne me piqu'nt pas.
Je suis heureux, ça va, j'ai plus faim,
Et je chante sur mon chemin !